“Cogito, ergo reprehendo.”

O Marcel é um cara. interessante Ele adora ler, ouvir música e ir ao cinema… Mas mais que todas essas coisas juntas, o que ele gosta mesmo é de dar pitaco.

Mesmo que a música seja a mais original, o filme o mais criativo e o romance o mais palpitante,  não tem jeito : ele não se deixa levar por suas sensações. Ele vai buscar lá longe um argumento lapidar que há de separar sua sensibilidade de sua opinião afiada para sempre.

Por isso, caro leitor, já vamos avisando : o importante é não se deixar influenciar pelos seus comentários muitas vezes blasés ou ranzinzas. Ele falou mal de um filme que você achou sensacional ? Não se ofenda:  ele pode ter adorado a obra tanto quanto você. Mais até, se bobear. Mas nunca vai admiti-lo. Afinal, os deuses Gauleses são mancomunados com Descartes e todo arrebatamento é punido com o fogo do inferno da razão : “Penso. Logo, critico.”

Não está de acordo ?  Então não tenha medo de contestar a opinião do Marcel.  Porque no fundo no fundo, ele gosta de uma boa briga filosófica. E, mesmo se às vezes os próprios filósofos Marceleses exageram, no final, entre mortos e feridos, salvam-se todos.

É o que importa.

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